sábado, 25 de junho de 2011

Entrevista


Falar de bandas Hc/grind do nordeste como Descarga Violenta, Monstromorgue, Putrefação Humana, Couro e Osso, Chaotic Sound e não falar de Ataque Cardíaco seria uma injustiça, pois esta é um legitimo grind, que vem resistindo há um bom tempo na cena alagoana, a banda já passou por mudanças na formação, mas o Michel nunca desistiu de estar sempre na ativa. O interessante é ouvir o som deles, e o mesmo não lembra o som de nenhuma outra banda, se vocês ouvirem aquele split com o Tefrosis vão perceber isto. Aqui o Michel fala um pouco da banda e das suas idéias.




01. Conte para nós como foi o começo da banda, você teve alguma dificuldade para colocar a banda na ativa?

 Michel - A banda começou em meados de 2003 aqui na cidade de Delmiro Gouveia, interior de Alagoas e contava comigo (Michel) na guitarra/voz, Fred no baixo e Pablo na batera/voz, a banda começou fazendo um punk rock tosco, tocávamos cover do Classe Suburbana (antiga banda punk da cidade) até começar a criar nossos próprios sons, que já mostravam esse nosso lado mais grind/noise... As dificuldades pelas quais a banda passou e ainda passa são as mesmas, a falta de grana e equipamento pra ensaiar, coisas como a falta de público, falta de apoio e falta de espaço pra tocar são coisas comuns no meio underground (pelo menos aqui na região) e acredito que sempre serão.

02. Como você se sente tocando grind? o que inspirou você à montar uma banda?

 Michel - Como me sinto tocando grindcore? muito bem! hahaha. O que nos inspirou a formar a banda foi nesse cidade de nos expressar mesmo, e a banda foi a melhor forma que encontramos para expor nossas idéias, interagir com a galera e até como uma forma de ação direta! porquê não? tem o lance da banda Monstromorgue também, que foi uma grande influencia para nós (talvez a maior) e acredito que para todas outras bandas locais.

    03. Houve uma oportunidade de fazer uma split ep com o Tefrosis, mas porque o ep não saiu? existe algum projeto para um ep ou cd futuramente?

 Michel - Cara, há alguns anos atrás rolou essa idéia de lançar um split com o Tefrosis, banda do Peru se não me engano, o split seria lançado pelo meu selo aqui no Brasil e no Peru pelo selo de um dos caras, não saiu porque eu perdi contato com o cara da banda mesmo... o cara sumiu e nunca mais tive contato com ele, na época estava sem condições de lançar essa parada sozinho, o motivo foi esse. recentemente saiu uma versão online desse split mas nem sei se ainda rola...

    04. O split com o Infernal Nöise, contava com outra formação, Pablo na bateria e Josi no baixo, por que eles não estão mais na banda?

 Michel - O Pablo era vocal da Monstromorgue na época, ele saiu fora da banda porque o Ataque era como um projeto pra ele  e estava difícil ensaiar com as duas bandas e cansativo pra tocar nos eventos que rolavam aqui, já que nós quase sempre tocamos junto com a monstro aqui, a Josi saiu fora nem sei por que... acho que ela já não estava tão afim de participar de uma banda.

    05. Ouvindo o split com o Dona Benta, percebe-se que o som de vocês está um pouco mais HC, mesmo com a pegada grind, vocês optaram em fazer um som mais cadenciado?

 Michel - Não foi uma opção nossa, foi algo bem natural, esse split saiu logo após a saída do Pablo e a entrada do Marcelo na bateria e acabou acontecendo de uma forma que nós mesmos não percebemos, gente nova, idéias novas, som novo (ou não?), e é o que nós escutamos mesmo, punk/hardcore é nossa base.

    06. Fale para nós como é a cena Hc/grind de onde você mora, tem outras bandas grind e tem pessoas produzindo algo que esteja relacionado ao movimento punk?

 Michel - A cena aqui na cidade já foi bem forte, o pontapé inicial foi a banda punk Classe Suburbana na década de 80, depois da Monstromorgue surgir na década de 90 a cena cresceu bastante, muitas bandas/zines, muitas pessoas envolvidas, hoje em dia está meio frio mas ainda rola, na ativa ainda estão o Causa de Morte, Comendo Lixo e a Monstromorgue que representa o grind na cidade ao lado do Ataque Cardíaco, A galera envolvida no COLIDE (coletivo libertário delmirense), no skate  e nessas bandas que ainda estão na ativa produzindo algo, seja um zine, uma mobilização, uma gig entre outras atividades.

    07. Vocês tem tocado em outras localidades, ou vocês sempre tocam aí na região de Maceió?

 Michel - Nós sempre tocamos por aqui, tocamos uma vez em Poço Redondo - SE e recentemente em Maceió que foi meio que uma jam com a galera da Monstromorgue, já recebemos alguns convites pra tocar em outros estados mas até agora ainda não rolou nada certo.

    08. Aonde você busca inspiração para as letras? tem um som que se chama "escurinho" do que se trata? e também tem "vivisection, slaughter for beauty", na sua opinião qual a importância deste tema?

 Michel - A inspiração vem do dia-a-dia mesmo, de nossa podre sociedade, tudo que nós vemos, escutamos e sentimos é refletido e exposto em nossas letras, a letra "escurinho" se trata de um grito de revolta contra um dos porcos corruptos que parasitou na política de nossa cidade durante muitos anos... um cara corrupto, autoritário e preconceituoso!  enquanto a letra do som "vivisection, slaughter for beauty" fala sobre a relação da vivissecção com a industria cosmética, pra mim é um assunto muito importante pois animais estão sendo dissecados vivos desnecessariamente para satisfazer um idiota padrão de estética criado pela sociedade. somos contra a vivissecção, seja qual for seu fim "científico".

    09. Você acredita que o povo tem conhecimento do que se trata uma vivissecção, e se preocupam com o tema?

 Michel - Eu acredito que a muita gente não sabe nem que isso existe! e também que a maioria que tem conhecimento sobre a esse tema não está nem um pouco preocupada...

    10. Porque você acha que a vivissecção ainda existe, o que falta para impedir está covardia com os animais?

 Michel - Ainda existe pois ainda prevalece o discurso que esse tipo de teste realizado em animais são necessários para o bem da humanidade e para o progresso da ciência, apesar de ser um método de pesquisa cruel e ultrapassado! falta concientização e informação.

    11. Como vai a distro DORxDExBARRIGA Records, você tem produzido algum material independente, está distribuindo material da banda pelo catálogo, é difícil manter uma distro?

 Michel - Meu selo vai do jeito que dá, continuo lançando material (cada vez menos) de forma totalmente independente e underground, o último lançamento do selo foi a compilação cdr "United For Noise Part. II" com 50 bandas grind/noise/hc de vários países. não uso mais catálogo, parei, quando rola algum evento levo material do selo para troca/venda, pra mim está difícil manter o selo por não ter grana e por que a galera perdeu o interesse em adquirir o material, acabo lançando e ficando com o material estagnado aqui, e isso é muito triste.

    12. Diga aí para nós um lp, um ep, um cd uma tape, um zine, um video, que você mais gosta, ou influenciou você nesta sua vivência no underground, mesmo que não seja Grind?

 Michel - Porra, difícil essa pengunta... acho que o que mais me influenciou foi a própria vivência no underground, até por que antes de começar com a banda/zine/selo eu já frequantava eventos undergrounds e via aquilo, me interessei, me envolvi e bandas, lps, cds, tapes, zines seja o que for é tudo consequência disso.

    13. Espaço para você, fique a vontade...

 Michel - Leonardo cara, muito obrigado por abrir esse espaço em seu zine, é muito gratificante ver que ainda tem uma galera envolvida mesmo no underground!! obrigado você também que leu a entrevista até o fim! quem quiser entrar em contato com a banda segue aí meu e-mail e endereço:

 Michel Carvalho:
 Rua Elizeu Gomes, 101
 Bairro Novo, Delmiro Gouveia - AL 
 57480-000
    
  michelfcac@hotmail.com

  É isso aí!!!


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